Uma nova caixa de ferramentas para a gestão da cultura no Brasil

Uma legislação do fomento à cultura precisa atender às especificidades do fazer cultural

As expressões culturais das margens do país pulsam inventividade. Mas ao contrário de toda essa potência dos territórios, agentes culturais das periferias, das culturas tradicionais e populares, das culturas negras e indígenas, muitas vezes, ficam de fora das políticas públicas que fomentam o fazer cultural. Isso porque os mecanismos dessas políticas oferecem barreiras que dificultam o acesso. Para possibilitar a participação de todos, o Projeto de Lei 3905/21, que cria o Marco Regulatório do Fomento à Cultura, pretende organizar as regras das políticas de fomento, a partir de um ponto de vista técnico, jurídico e democrático. Assim, o gestor público ganha uma nova ferramenta: um regime jurídico próprio para o fomento cultural. Uma legislação que compreende as necessidades do setor e cria procedimentos mais inclusivos, que retiram obstáculos e reduzem as desigualdades de acesso às políticas culturais.

Eficiência na administração pública

Os entraves excessivos das políticas culturais também impossibilitam um controle mais efetivo do uso dos recursos públicos. Por vezes, isso acaba gerando questões como a inadimplência e a devolução de recursos. Com o novo regime próprio da Cultura, o gestor público terá disponíveis soluções mais eficientes no controle dos recursos públicos e sem trâmites muito longos. Isso porque as ferramentas do Marco da Cultura foram criadas a partir dos princípios constitucionais da eficiência na administração pública e da duração razoável dos processos.

O que muda?

A partir da aprovação do Marco da Cultura, a Lei 14.133/21 (antiga 8.666/93, que regulamenta licitações e contratos da administração pública), não poderá ser utilizada para o fomento à cultura. Isso elimina parte dos entraves das políticas culturais, já que esta lei não foi criada pensando nas especificidades do setor e não compreende os diversos contextos sociais do agentes de cultura. Além disso, o Marco da Cultura passa a ser uma opção na caixa de ferramentas do gestor público, com instrumentos adequados ao fazer cultural.

O que não muda?

O Marco da Cultura não acaba com as leis já existentes, como a Lei Rouanet, a Lei Cultura Viva, a Lei do Audiovisual e as Leis de Fomento dos estados e municípios. Mas com a sua aprovação, a modernização de procedimentos pode inspirar que as leis anteriores sejam repensadas, buscando a efetividade do fomento cultural.

Como funciona

O Marco da Cultura traz dois eixos principais: a execução do fomento e os recursos das políticas públicas.

Clique nos campos abaixo para conhecer o funcionamento da proposta:

Execução do regime próprio de fomento à cultura

Chamamento público para ampliar acesso

Instrumentos adequados para a cultura

Monitoramento para solucionar problemas


Recursos das políticas Públicas De fomento à cultura

Mecanismos e transferências

Captação de recursos privados

Autores

Áurea Carolina (PSOL/MG)
Benedita da Silva (PT/RJ)
Túlio Gadêlha (Rede/PE)

O Marco da Cultura é uma construção conjunta dos mandatos das deputadas federais Áurea Carolina (PSOL/MG) e Benedita da Silva (PT/RJ), com o deputado federal Túlio Gadêlha (Rede/PE), apoiada por diversos parlamentares de outros partidos.

Quem apoia

Relatora na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público - Fernanda Melchionna (PSOL/RS).
Alice Portugal (PCdoB/BA)
Joenia Wapichana (Rede/RR)
Lídice da Mata (PSB/BA)
Sâmia Bomfim (PSOL/SP)
Professora Rosa Neide (PT/MT)
David Miranda (PDT/RJ)
Erika Kokay (PT/DF)
Talíria Petrone (PSOL/RJ)
Vivi Reis (PSOL/PA)
Alexandre Padilha (PT/SP)
Maria do Rosário (PT/RS)
Airton Faleiro (PT/PA)
Waldenor Pereira (PT/BA)
Leo de Brito (PT/AC)
Ivan Valente (PSOL/SP)

Fóruns

Fórum Nacional de Secretários
e Dirigentes Estaduais de Cultura
Fórum Nacional de Secretários
e Gestores de Cultura das Capitais
e Municípios Associados
Fórum dos Conselhos Estaduais de Cultura - Conecta

Marco da Cultura

Uma legislação que compreende o fazer cultural e cria ferramentas mais eficientes para o gestor público

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    Consulta Pública

    Seminário

    Realizado em 6 de julho de 2022, na Câmara dos Deputados, pelas Comissões de Cultura e Trabalho, Administração e Serviço Público. O seminário foi proposto pelos mandatos de Áurea Carolina (Psol/MG), Benedita da Silva (PT/RJ), Fernanda Melchionna (PSOL/RS), Professora Rosaneide (PT/MS) e Túlio Gadelha (Rede/PE).

    Artigos e reflexões

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